Um mês cor de rosa

Foto: Divulgação

Conhecido como a doença do século, o câncer em suas diversas ramificações, já fez inúmeras vítimas e tem sido alvo constante de estudiosos que buscam uma forma de criar um tratamento que resulte na cura total.

Um dos alvos desses estudos é o câncer de mama, muito comum atualmente. O ranking do câncer, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mostra que o câncer de mama é responsável por 22% dos casos da doença entre mulheres e homens.

Foi a busca pela prevenção que deu origem nos Estados Unidos, no final do século XX, a um movimento popular que hoje é conhecido mundialmente: o “Outubro Rosa”. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades nas ações de prevenção.

As ações do Outubro Rosa ultrapassaram os limites territoriais dos Estados Unidos, se disseminaram pelo mundo inteiro, e chagaram até Passo Fundo. Para esse ano, uma série de ações estão programadas e começam já no dia hoje.

Nesta terça-feira, no pátio do Colégio Notre Dame, a Escola de Educação Profissional São Vicente – Curso Técnico de Enfermagem – fará verificação de pressão arterial e teste de glicemia. Os exames têm início às 17h30min, estendendo-se por uma hora. Já, na noite de quarta-feira (17), o Centro de Eventos Notre Dame será palco da palestra “Câncer de mama: prevenção e diagnóstico precoce”, ministrada pelo oncologista Álvaro Machado. Após a palestra, uma ação surpresa, na Praça Notre Dame, encerrará as atividades. A palestra, gratuita, é aberta a toda a comunidade.
Além de mobilizar seus públicos internos para participar dessa que é a primeira ação em concomitância com o movimento Outubro Rosa realizada pela Rede de Educação Notre Dame, as instituições realizadoras – Colégio Notre Dame, Escola Notre Dame Menino Jesus, Hospital São Vicente de Paulo, Liga Feminina de Combate ao Câncer, Delta Som e Luz, Imperial Artes Gráficas, Básica Uniformes e Associação de Pais e Mestres do Colégio Notre Dame – convidam a comunidade de Passo Fundo a prestigiar os eventos. “Abrimos nossas portas para que os passo-fundenses fiquem mais bem informados acerca do câncer de mama; por isso, convidamos homens e mulheres, para participar destas atividades de conscientização e cuidado da vida”, reitera a coordenadora pedagógica da Rede de Educação Notre Dame, Ir. Elci Favaretto, lembrando que, ainda que em menor proporção, o câncer de mama também afeta o indivíduo do sexo masculino.

[stextbox id=”custom” caption=”O início das ações”]

Nos Estados Unidos, várias cidades tinham ações isoladas referentes ao câncer de mama ou mamografia durante o mês de outubro. Posteriormente, com a aprovação do Congresso Americano, outubro se tornou o mês nacional de prevenção do câncer de mama e, a partir de então, suas ações se espalharam pelo mundo.

O símbolo do mês, laço cor de rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizadaem Nova Yorkem 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade.

Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi, nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas à prevenção do câncer de mama. Todas as ações eram e são até hoje direcionadas à conscientização sobre o diagnóstico precoce. Para sensibilizar a população, as cidades começaram a ser enfeitadas com laços rosa. Com o passar do tempo, outras ações surgiram, como corridas, desfiles de moda com mulheres que se curaram do câncer de mama, partidas de boliche, entre outras.

Outra ação que passou a ganhar destaque foi a iluminação de monumentos, prédios públicos, pontes e teatros com luzes rosa. A iluminação tornou-se uma simbologia, compreendida em qualquer lugar do mundo.

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Um caso de superação

Quando detectado ainda no início, o tratamento e a cura para o câncer de mama são mais rápidos e eficazes. Mas, além dos medicamentos, a força de vontade do paciente também é decisiva para o sucesso do tratamento.

O Nexjor conversou com Elenita Carollo, 46 anos. Há dois anos ela descobriu que estava com câncer de mama e iniciou um tratamento regado por medicamentos, determinação e vontade de viver. Confira a entrevista.

Nexjor – Como a senhora descobriu a doença? Foi através de autoexame, ou foi no hospital mesmo?
Elenita – Fui fazer exames, pois já fazia tempo que não fazia, aí apareceram nódulos suspeitos, e fui encaminhada para uma biopsia. Esse exame detectou carcinoma de mama invasor.

Nexjor – E o tratamento começou imediatamente ou demorou algum tempo? 

Elenita Carollo, 46 anos. / Foto: www.facebook.com/elenitacarollo


Elenita – Primeiramente fui encaminhada a uma mastologista para fazer a cirurgia. Aí, na biopsia dessa cirurgia, apareceram mais dois focos. Fiz uma segunda cirurgia menos de dois meses depois. Recuperada, fui encaminhada para uma oncologista, e ela determinou todo o tratamento que eu deveria fazer. Fiz seis sessões de quimioterapia a cada 21 dias, depois fui encaminhada ao Dr. da radioterapia, onde fiz 33 sessões de radioterapia, e também comecei a tomar uma medicação por 5 anos. Tudo isso em um ano. Agora desde abril faço um acompanhamento com a oncologista, com muitos exames a cada três meses.

Nexjor – E como foi para a senhora descobrir que estava com câncer de mama?
Elenita – Você para, pensa e parece não ser contigo. Eu trabalhava normal e não sentia nada e aí, de repente, me vejo com câncer. Aí eu só tinha duas opções: superar ou sofrer. Decidi superar. Sempre fui muito otimista e sabia que os meus médicos eram os melhores. Foram seis médicos desde o início do tratamento, e hoje eu tenho um laço de amizade muito forte com cada um deles.

Nexjor – E quando começaram a cair os cabelos, como foi sua reação?
Elenita – Eu já estava preparada. Eu sabia que em algum momento da minha vida meus cabelos iriam começar a cair, então antes que eles caíssem, eu já raspei a cabeça. Não foi algo que me chocou. Mantive minha autoestima e até fiz um book fotográfico com o cabelo raspado. E o resultado foi bem legal.

Nexjor – O que você tem a dizer para as pessoas que estão passando pelo mesmo problema que a senhora passou?
Elenita – A vida é o maior presente! Lute sempre por ela!

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