Profissão DJ


Disco-jóquei. Assim eram chamados os locutores de rádio que introduziam e tocavam discos de gramofone, que, com o tempo, foi substituído pelo long play, mais tarde pelo compact disc laser (CD) e, atualmente, empregam o uso do mp3.

Cabe ao DJ profissional selecionar e rodar as mais diferentes composições, que  são previamente gravadas para um determinado público, trabalhando seu conteúdo e diversificando seu trabalho em radiodifusão em frequência modulada (FM), pistas de dança, clubes e boates. Mais do que isto, ele deve ter também uma boa percepção musical, a ponto de saber quais composições possuem velocidades (mensuradas em batidas por minuto) próximas ou iguais. Isso fará com que uma alteração em um ou dois por cento da velocidade permita com que o compasso das músicas seja sincronizado e mixado, e o público não consiga notar que uma faixa está acabando e outra iniciando, pois as duas faixas estão no mesmo ritmo, métrica e velocidade.

Há diferentes tipos de DJs. Tudo depende da composição que ele escolhe, do público-alvo e, claro, do seu desenvolvimento na manipulação do som. Alguns tocam com CDs, outros utilizam laptop (softwares).

No final dos anos 70, com a discoteca, os DJs começaram a ganhar mais visibilidade fora das rádios, apresentando seu trabalho também nas pistas de dança.

Até a metade da década de 90, os DJs utilizavam discos de vinil. Em 1980 e 1990 sincronizavam a composição mixada (entrante) regulando a velocidade do prato do toca-discos, com o cuidado de fazer com que a agulha não escapasse do sulco do vinil e também com que o timbre da voz da música não ficasse alterado com a velocidade muito alta ou muito baixa do prato.

Com a popularização do CD, foram surgindo aparelhos com recursos próprios para DJ e, com eles, facilidades no manuseio dos equipamentos.

O DJ tem a função de animar um evento. Para isso, deve conhecer canções o suficiente para saber quando mixá-las. Deve sentir a vibração do público e fazer de tudo para que a pista não fique vazia e para que ninguém fique parado.

Conversamos com alguns DJs que atuam em Passo Fundo, mas também levam seu trabalho a outros clubs e públicos. Confira:


[stextbox id=”custom” caption=”Juan Rodrigues”]

Tudo começou em 1999, quando Juan tinha 17 anos. Nessa idade, costumava fazer festas em casa e ficava encarregado de cuidar do som e dos CDs. O gosto por isso foi aumentando e, então, surgiu o interesse por fazer disso uma profissão.

Pesquisando na internet, que era novidade na época, descobri que existiam festas raves pela Europa e Índia, onde DJs tocavam música eletrônica e as pessoas se vestiam de ‘tal jeito’, se comportavam de ‘tal jeito’. Me identifiquei com toda a essência da ‘parada’. Comecei a pesquisar os estilos de festas e músicas e a sonhar em ser um profissional disso.”

Hoje, Juan vive somente da música eletrônica, mas conta que já “ralou” muito para poder ter uma vida legal somente com isso. Além de tocar, ele também faz parte da sociedade de dois clubs e participa de outros projetos relacionados a e.music.

Juan conta que já passou por vários momentos, tocando vários estilos e ramificações de estilos que gosta e já faz um bom tempo que não se prende a um único estilo. “Procuro escutar vários estilos e tentar separar o que eu acho bom para tocar e informar o público que me  acompanha e gosta de me ouvir”.

E a inspiração para tocar, de onde vem? O DJ diz que busca inspiração em vários artistas e em vários estilos musicais. Mas o que mais o chama atenção são artistas multifuncionais, que fazem bastante coisa além de tocar. “São esses que são capazes de realizar evoluções na música e nos hábitos de comportamento das pessoas”, afirma.

O DJ costuma tocar em diversas casas, em diversas cidades, desde aquelas que não possuem um público tão informado em e.music até os clubs que são referência no estilo.

Para ele, cada situação é um desafio. E é esse desafio que o motiva a tocar. “O que me satisfaz é olhar para a pista e ver que estou conseguindo agradar ao público com as músicas que escolho nas pesquisas e nas leituras que faço.”

Ao perguntar se ele sonha em tocar em algum club ou cidade, o DJ diz que, no Brasil, se sente realizado.Todos os clubs em que eu sonhei tocar, eu toquei, e mais de uma vez. Obviamente que existem outros que tenho interesse, mas, em relação a sonhos, tornei os meus realidade (risos).”

Mas, falando internacionalmente, Juan tem vontade de conhecer e tocar no Womb Club, em Tóquio, no Japão. Isso porque ele sabe que os japoneses que frequentam esse club são fanáticos, muito modernos e educados.

Na hora de se apresentar…

O DJ está passando por um momento de experiências, tocando com software e controlador midi. Ele iniciou tocando com toca-discos e depois evoluiu para o CD. Ainda está tentando encontrar um formato no qual se sinta 100% à vontade, mas, como ele mesmo diz, “tudo evolui muito rápido”.

Quando está no comando, Juan conta que gosta de brincar com efeitos, loops e filtros. Sempre tenta inventar algo, mesmo que possa errar. “Atualmente, os equipamentos oferecem muitas formas para interferirmos nas músicas e mixagens. Acho que isso deve ser considerado para os DJs explorarem sua criatividade.”

DJ e público

Perguntamos ao DJ o que é fundamental para ter uma boa vibe com o público.

“Simplicidade, responsabilidade, feeling, carisma… As pessoas querem se divertir, independentemente de qual club você toque ou qual público frequenta. O DJ é responsável por isso e deve assumir este papel.”

www.myspace.com/djjuanrodrigues
www.soundcloud.com/juanrodrigues

[/stextbox] [stextbox id=”custom” caption=”Felipe Stedile”]

Stedile, que toca há dez anos profissionalmente, sempre teve ligação com a música desde a infância pelo fato de tocar piano. Mas ele afirma: “Ser DJ não foi nada planejado.”

Ele começou a tocar nas festas em casa, na casa de amigos e acabou se tornando referência para isso. “Sem almejar isso, foi tudo consequência”, conta.

Nos últimos três anos, Stedile dedicou-se somente às casas noturnas e, consequentemente, a tocar. É formando em administração de empresas e faz MBA em Marketing. Sem deixar de lado o gosto por tocar, novos projetos estão surgindo: “pretendo voltar a atuar  em uma nova área”, conta.

O DJ tem um gosto bastante eclético, que influencia a não se prender a um só estilo. “Gosto de música boa, claro, ao meu ponto de vista.” Além de tocar em clubs, o DJ também toca em eventos particulares e corporativos.

Atualmente, é DJ residente do Moinho Lounge, mas já foi residente de outros clubs e tocou em diversas casas e cidades. Para ele, existem muitos lugares legais para tocar, tanto dentro do nosso país, como fora dele. “É preciso viajar mais e descobrir isso.”

Stedile diz que seu diferencial na hora de se apresentar é estar sempre ligado no que as pessoas querem para aquele momento. “Você tem que buscar uma sintonia com elas, set preestabelecido, jamais.”

Para ter uma sintonia com o público, o DJ afirma que é preciso interpretar o momento certo e a hora certa para cada música,  gostar realmente do que faz e ter disciplina e persistência. “Fazendo isso, você consegue um carisma e bom relacionamento com público. Muitas vezes, os resultados vêm com o tempo.”

http://www.felipestedile.com.br

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[stextbox id=”custom” caption=”Daniel Carvalho”]

Residente do Moinho Lounge há mais de um ano, Daniel já tocou em outros clubs da cidade e ao lado de vários nomes da cena local e nacional.

Além de DJ, trabalha na empresa da família. “Isso me ajuda, pois, quando vou me apresentar, posso me dedicar mais à música do que ao meu trabalho”.

Hoje ele toca porque gosta dessa profissão, do contato com as pessoas, do que elas passam para ele no momento em que está na cabine. “Isso me fortalece a continuar a pesquisar, a aprender cada dia mais e a passar isso para o público através dos meus sets.”

Para o DJ, o que importa é estar em sintonia com a pista e ela com ele, independentemente de qual seja o público: com 100 pessoas ou 1.000 mil pessoas.

Daniel sempre procura se especializar fazendo vários cursos, para mostrar um bom trabalho a todos que vão às suas apresentações. Primeiramente, aprendeu a tocar com vinil, depois CD e atualmente usa tracktor. “Acho que o meu diferencial é a harmonia das mixagens e a escolha das músicas.”

Para você, o que é fundamental para ter uma boa vibe com o público?

“Acho que tudo acontece ao natural. Na pista, basta você fazer uma boa escolha das músicas e saber qual o momento de tocar determinada treck. A construção do set é importante, pois ela passa a sua mensagem para a pista. Essa sintonia resulta em um set de que todos vão gostar.”

“Ver o sorriso das pessoas escutando minha música e até mesmo baixando os meus sets me faz ter dedicação à música eletrônica.”

http://www.djdanielcarvalho.com
http://soundcloud.com/djdanielcarvalho

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