Mas eu me mordo de ciúme

      Qual o limite do ciúme? É uma prova de amor ou de insegurança?

O assunto já virou música, foi tema de livros e, em algum momento, já esteve presente na vida de todo mundo. Seja do namoradinho da escola, dos brinquedos quando criança, ou do esposo, o receio de perder aquilo que se gosta não pede licença, pois é instintivo.

O ciúme divide opiniões e pode influenciar negativamente nos relacionamentos.

Quem nunca sentiu uma pontinha de ciúme? O sentimento envolve no mínimo três sujeitos: o ciumento, o objeto de que se sente ciúme e um terceiro, que faz a confusão. E o ciúme mais intenso acontece nos relacionamentos amorosos e, nesse caso, as opiniões sobre o assunto sempre são contraditórias.

Há quem diga que o ciúme é sinônimo de insegurança, outros, que é a prova de amor mais verdadeira. Na análise da psicóloga Sandra Diel, existem dois tipos de ciúme: o considerado normal e aquele que atrapalha o relacionamento. “Toda pessoa gosta de saber que a pessoa que ama sente ciúme em determinado momento. Passa a ser exagerado quando, por exemplo, você começa a controlar todos os passos da outra pessoa”. Quando chega a esse ponto, já está dominando o relacionamento, e sobrepõe às coisas boas.

Mas qual é o melhor caminho para não deixar isso acontecer? A psicóloga Sandra acredita no diálogo como conciliador. “É importante tentar conversar e descobrir por que isso está acontecendo. E essas dúvidas, para as quais você procura provas , será que não é algo que está sendo criado na sua cabeça? É sempre importante ponderar e tentar descobrir por que se está tão desconfiado”, sugere.

Há quem contradiga. O escritor e jornalista gaúcho, Fabrício Carpinejar, defende que o ciúme não deve ser controlado. Em seu livro, Mulher perdigueira, ele diz que a mulher que tem excesso de ciúme no amor é vítima de um terrível preconceito. Ainda, ele acredita que não é crime desejar alguém com toda intensidade. Garante que amar não é um vexame, e que escândalo mesmo é a indiferença. “Quem consegue confessar o ciúme e não se envergonha dele tem muito mais facilidade de transmitir o que pensa e defender o relacionamento”, argumenta Carpinejar.

A maioria das pessoas não quer se sentir dominada e controlada, da mesma forma que se tem um receio de estar dependendo de alguém. Liberdade é a palavra-chave que buscam aqueles que são vítimas de alguém ciumento. Porém, Carpinejar afirma que “liberdade na vida é ter um amor pra se prender” e acrescenta: “Melhor do que a liberdade é a responsabilidade. Ter alguém pra cuidar da gente e alguém pra gente cuidar”.

Ver o ciúme como negativo ou positivo sempre vai dividir opiniões. O que vale é ponderar e saber até que ponto ele não está influenciando negativamente no convívio.

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