Um Homem de Sorte

Todo o romance tem o claro objetivo de emocionar corações sensíveis. Alguns emocionam mesmo, como é o caso de Titanic, do triste Doce novembro ou então do mais recente – e comovente – Pronta para amar.

Enquanto alguns romances fazem você se derramar em prantos, outros apelam para outro tipo de sensibilidade, como é o caso de Um homem de sorte. E não é qualquer sensibilidade, não. Você tem que ser daqueles que se emocionam com bastante facilidade e por qualquer coisa.

O longa é a adaptação de um livro homônimo, de Nicholas Sparks autor de outros livros que viraram filme como Querido John (2010) e A Última Música (2010) – e gira em torno do fuzileiro Logan (Zac Efron). Em uma “missão de paz” no Iraque, ele sobrevive a um ataque por ter se distanciado do grupo para ver algo que lhe chamou a atenção em meio aos escombros da guerra: a foto de uma bela mulher. Depois desse momento, ele passa acreditar que a foto daquela mulher salvou sua vida e quando retorna para casa, decide encontrá-la para agradecer.

A partir daí, toda a trama apresentada pelo diretor Scott Hicks (Os garotos estão de volta) segue a cartilha dos melodramas românticos, por meio de uma série de coincidências, que ele quer que o espectador acredite ser o destino. O protagonista sai de sua cidade, no Colorado – Estados Unidos -, e viaja milhares de quilômetros com seu cachorro – a pé, diga-se de passagem – para Hamden, no norte do estado. Quando chega à cidade, quase sem esforço nenhum, ele encontra a desconhecida mulher da foto. Estaria escrito nas estrelas?   

O que no livro é contado com uma riqueza de detalhes, mostrando até a quilometragem diária feita por Logan para chegar até Hamden, no filme causa estranheza por parecer algo muito fácil, sem obstáculos.

Fazer o protagonista chegar ao destino, encontrar a mulher que estava procurando e, junto dela, um filho, um ex-marido que não aceita a separação, e um irmão que morreu durante a Guerra do Iraque, são elementos suficientes para despertar a sensibilidade dos leitores, mas isso não acontece no filme.

Como a maioria dos livros que ganham uma versão para as telas, Um homem de sorte também perde boa parte de sua capacidade de emocionar. Isso porque, ao invés de optar por caminhos diferentes, o diretor Scott Hicks prefere seguir os clichês – como o amor que supera todas as barreiras e une os pombinhos ao final da trama – e não apresenta grandes novidades.

Talvez a narrativa de Nicholas Sparks seja um pouco engessada e não permita trilhar muitos caminhos diferentes, mas isso não justifica a qualidade do filme. O pré-requisito para adaptar uma obra literária para as telas deveria ser, no mínimo, uma boa dose de criatividade, para poder fugir da obviedade.

[stextbox id=”custom” caption=”Ficha Técnica”]

Diretor: Scott Hicks
Elenco: Zac Efron, Taylor Schilling, Blythe Danner, Jay R. Ferguson, Riley Thomas Stewart, Joe Chrest, Adam LeFevre, Courtney J. Clark
Produção: Denise Di Novi, Kevin McCormick
Roteiro: Will Fetters
Fotografia: Alar Kivilo
Trilha Sonora: Mark Isham, Hal Lindes
Duração: 110 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Village Roadshow Pictures / DiNovi Pictures / Langley Park Productions
Classificação: 12 anos
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httpv://www.youtube.com/watch?v=eEm9ci9g4wc

[xrr rating=2,5/5]
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