Quem não gostaria de arrumar as malas e viajar pelo mundo para estudar? Se você faz parte desse time, pode ficar tranquilo. Esse sonho está se tornando cada vez mais fácil de realizar. Fazer intercâmbio, hoje, não é mais uma realidade tão distante.
Fazer intercâmbio está mais fácil. É o que afirma a professora Maria Elisabete Mariano dos Santos, assessora de assuntos internacionais da Universidade de Passo Fundo. Segundo ela, muitos países estão mais abertos para receber os alunos estrangeiros e até mesmo a sempre temida questão financeira está mais tranquila. A professora explica que hoje “é possível passar um período fora com gastos menores”. Outro ponto positivo, que movimenta esse “mercado” é o interesse dos alunos. Para a professora, existe uma maior conscientização por parte deles sobre a importância de ter essa experiência. Tanto que a procura tem sido bastante significativa e vem crescendo a cada semestre.
E tem quem comprove isso. Letícia Marchiori é estudante de jornalismo e passou seis meses em Portugal. Entreas lembranças, conta que se surpreendeu. “A Universidade de Coimbra é receptiva e é bem preparada para receber alunos estrangeiros. O que constatei é que existe um grande número de brasileiros estudandoem Coimbra. Háintercâmbios de seis meses, um ano e até dois anos.”

Nem só de estudos, porém, vive um intercambista. A possibilidade de conhecer outros países movimenta os estudantes que aproveitam as folgas para viajar. “Durante a minha estada em Portugal, conheci cidades como Lisboa, Sintra, Porto, Aveiro. Também conheci alguns países, como Espanha, Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Marrocos, França e Itália. Foi uma experiência enorme, pois nós seguidamente dormíamos em aeroportos e passávamos uma semana com apenas uma mochila nas costas com no máximo10 kg” – conta Letícia.
A vida longe de casa
Outra cultura, outro idioma, outro ritmo de vida. Tudo isso dificulta (e muito) a vida de quem busca essa experiência. Augusto Baschera, estudante de música, está vivendo isso. Ele está em Portugal e conta que, apesar das dificuldades, está sendo fantástico. “Tudo funciona de uma maneira diferente, a educação, o comércio, o desenvolvimento urbano, as tradições, tudo muito bom, acrescenta muito intelectualmente. Acredito que a única dificuldade foi no início, compreender o idioma “português”, que me soava tudo um pouco, menos português.”
E a saudade de casa, para estudantes como Augusto e Letícia, como fica? O estudante de música conta que já é experiente em ficar fora de casa, mas que a saudade bate de vezem quando. Eele tem um jeito bem gaúcho de matar essa saudade: “trouxe muita erva-mate, quando aperta a saudade, tomo um mate e componho alguma coisa, e sei que em breve estarei de volta; então, nem paro muito pra pensar nisso”.
Mas, se você pensa que só os brasileiros viajam em busca de novas experiências está muito enganado.
Estefani Abigail Martinez Hernandez saiu do México e veio pararem Passo Fundo.Suaescolha foi por um país que tivesse um idioma parecido com o seu. Apesar disso, afirma que foi sua maior dificuldade. Ela estuda design de moda e conta que está sendo incrível. Saudades de casa? Ela sente também. “É muito difícil se separar das pessoas que você ama, se acostumar a outro modo de vida. Realmente sinto falta de comida mexicana, o idioma não é muito diferente, mas há coisas que não entendo muito bem.”
Será que vale a pena?
Você deve estar se perguntando: será que vale a pena tanto esforço? A professora Maria Elisabette garante que sim, ter uma experiência em outro país vai trazer pontos positivos no futuro. “O mercado de trabalho está superaberto aos alunos que estudaram em instituições no exterior, com certeza. Especialmente porque o aluno que tem essa vivência, não apenas acadêmica, mas de intenso cunho pessoal, acaba se tornando um sujeito mais crítico por ter vivenciado outras realidades; ainda se torna, culturalmente falando, mais preparado.”
Os nossos intercambistas também acreditam nisso. “Acredito que viajar, conhecer lugares, conhecer pessoas e conversar com elas, enxergar com os próprios olhos as limitações, fraquezas e o lado positivo de cada lugar é fundamental.” – afirma Letícia. Para Augusto cada dia é uma nova lição e o maior resultado “vai ser a partir do momento em que aplicar os aprendizados profissionais e pessoais nessa nova etapa, pós-intercâmbio.” Já a nossa mexicana/passo-fundense garante que vai levar, além das experiências e do aprendizado, maturidade pessoal. “Agora também aprendi a apreciar o que eu tenho no meu país, minha universidade, meus amigos e familiares!”
[stextbox id=”custom” caption=” Ficou interessado e quer embarcar nessa também? A professora Maria Elisabette dá algumas dicas: “]“Para o aluno que almeja participar do Programa de Intercâmbio, existem alguns critérios, como, por exemplo, um excelente desempenho acadêmico. Dessa forma, é importante que o aluno se dedique aos estudos de forma intensa para atender a essa exigência, até porque no exterior ele é levado, muitas vezes, a vivenciar metodologias de ensino bastante distintas e com grau de exigência bem elevado, devendo estar preparado para elas. Também é essencial que se prepare com a questão do idioma, é preciso ter conhecimentos da línguaalvo do país onde almeja estudar. Outra dica interessante é conversar com alunos que já participaram do programa, até para poder melhor escolher a instituição de acordo sua área de conhecimento.”[/stextbox]
