Gaúcho, povo que cultua tradições de geração a geração. Que conta suas histórias através do seu povo
Jorge Marino é cantor, compositor e tradicionalista, e em uma de suas canções ele escreveu: “Meu orgulho de gaúcho é cantar o Rio Grande/ Nas danças, lendas e cantigas”. A história do Rio Grande do Sul é passada de geração para geração e justamente assim, na música, nas brincadeiras e na dança. Essa última, integra todas as idades e faz com que a tradição para sempre fique estampada na alma dos gaúchos.
Para quem dança em Centros de Tradições Gaúchas, os CTGs, não tem previsão para parar. As invernadas são divididas em categorias: Pré-Mirim, Mirim, Juvenil e Adulta. Desta forma, todas as idades conseguem fazer parte e conhecer a história da antiga República Rio-Grandense.
Caroline Zanchet, de 14 anos, é integrante da Invernada Juvenil do CTG Lalau Miranda de Passo Fundo e diz: “Pra mim dançar é a forma de expressar os sentimentos, em passos de dança, o orgulho de participar de um CTG é imenso. Saber que estou cultivando e passando de geração em geração a nossa cultura é uma coisa sem explicação.” Dançarina da Invernada Juvenil, ela e seus companheiros tem como seu principal evento o Juvenart (Concurso Estadual de Danças Tradicionais Categoria Juvenil). Caroline comenta que a rotina de ensaios é mais puxada quando estes eventos estão se aproximando.
Motivações para participar da Invernada
Além do incentivo próprio, as crianças recebem o incentivo dos pais e familiares para participarem de invernadas. No CTG Dom Luiz Felipe de Nadal, durante os ensaios, as famílias se reúnem para encontrar os amigos, enquanto os pequenos ensaiam repetidas vezes as mesmas danças, buscando a perfeição. Angelita, que tem sua filha Nathalia participando da categoria Mirim, aprova a integração que os Centros Tradicionais promovem, “é um lugar seguro, onde você pode deixar seu filho fora das ruas” comenta.
No CTG Dom Luiz Felipe de Nadal dois dias durante a semana, são dedicados a ensaios e não é nenhum sacrifício, e sim divertimento. Ao longo desta uma hora diária, as crianças e jovens esbanjam sorrisos e brincadeiras. Fazem com que os esforços para tornar cada coreografia melhor, sejam recompensados com elogios e rostos felizes.
Quem já chegou na categoria adulta
Karem Simonetto, de 20 anos e Igor Pedroso de 17 anos, já passaram pelas outras categorias da Invernada. Na categoria adulta do CTG Laço da Amizade, Karem que é estudante de Educação Física e mora na cidade de Casca, contou que começou a dançar aos 4 anos de idade. A estudante, que já foi 2ª Prenda da 7ª Região Tradicionalista, teve como influência a irmã mais velha que já dançava e os pais, que sempre frequentaram CTGs. “A dança pra mim é tudo, eu sou apaixonada pelo o que eu faço e com certeza, até quando eu puder vou estar dançando.”
Na troca de categoria o amor pela arte de dançar continua o mesmo, mas a rotina de ensaios aumenta consideravelmente. O estudante Igor, que dançou seu primeiro ENART este ano, pelo CTG Lalau Miranda, contou que: “A nossa rotina de ensaios foi intensa com cerca de 4 ensaios por semana, de 2 a 3 horas. A maioria do grupo trabalha de dia e estuda a noite e após à aula é que vamos ensaiar. Contamos com todo apoio da patronagem e dos colaboradores que são fundamentais para que nosso grupo pudesse fazer uma bela apresentação no palco do ENART. Valeu muito a pena.” No ano de 2013, o CTG Lalau Miranda conquistou 6 troféus e foi sagrado como o 6º melhor do Estado.
Igor completa: “Eu danço porque quando você acha que esta completamente perdido na vida e com tantos problemas, ai você chega no ensaio e começa a dançar e isso vai completamente embora. Começa a ter certeza de quem você é, de que está fazendo parte de algo especial. Dançar é se sentir completamente livre.”
Participação: Daniele Becker
