Desconforto, febre e intoxicações: talvez seja a hora de cuidar o prazo de validade dos seus remédios
O Brasil é, hoje, um dos dez maiores consumidores de remédios do mundo. São aproximadamente, oitenta mil farmácias que disponibilizam produtos para a população. Mas será que esses estabelecimentos atendem a todas as necessidades e cuidados que cada medicamento exige? E o consumidor, será que presta atenção na validade do que compra?

Luis Alfredo Hofmann, professor da Universidade de Passo Fundo, diz que começou a tomar remédios já faz algum tempo. “Comecei a tomar medicamentos logo após um acidente. Mas parei de tomar achando que estava bem. Em seguida, refiz meus exames e descobri que deveria voltar a tomar eles.” Hofmann tem muito cuidado com seus remédios, pois precisa deles diariamente. “Eles estão sempre bem guardados, sempre em casa. Não trago o medicamento para a Universidade nem deixo dentro do carro, porque ele pode aquecer e perder a validade.” Mas diante de tanta atenção aos produtos de uso contínuo, o contexto se volta para outro fator. “Não cuido o prazo de validade dos medicamentos.”
A atitude de Hofmann não é errada, já que as farmácias têm a obrigação de tomar os devidos cuidados com todos os medicamentos expostos em prateleiras e também os estocados. Roberta Chiodeli Tumelero, gerente da filial da farmácia Panvel na Universidade de Passo Fundo, diz que o cuidado é constante desde o momento em que os remédios chegam ao estabelecimento. “No momento em que o medicamento chega ele é conferido com a nota fiscal, são analisadas as quantidades, lotes e o prazo de validade.” A farmacêutica ainda alerta para os problemas que medicamentos vencidos podem trazer à saúde. “É importante à pessoa estar atenta ao prazo de validade dos medicamentos, se eles forem consumidos fora desse prazo, podem ter efeitos colaterais graves e até mesmo levar ao óbito.”

O curso de Farmácia da Universidade de Passo Fundo tem um grupo de pesquisa totalmente voltado para o Controle e a Qualidade de Medicamentos que chegam até o consumidor. A professora coordenadora do projeto Charise Bertol diz que apesar das regras, muitos produtos que chegam até o consumidor não têm boa procedência. “Apesar de toda a regulamentação, muitas formulações que existem no mercado não têm a qualidade necessária ou desejável.” Ela ainda alerta para a importância do projeto feito em parceria com a professora Miriam Knorst. “A nossa pesquisa quer chamar a atenção para a fiscalização em cima das formulações existentes no mercado. Se a pessoa ingerir uma medicação sem qualidade pode ser que ela tenha problemas graves.”
O projeto sobre o Controle e Qualidade dos Medicamentos pode contar com uma aliada importante, as farmácias Panvel. Juntas, elas tentam alertar sobre outro problema: os danos ambientais que o descarte inadequado de medicamentos vencidos traz a natureza, como explica Charise. “As pessoas não podem descartar medicamentos vencidos em vasos sanitários, por exemplo, o descarte deve ser feito nas farmácias. Hoje, temos muitos problemas ambientais gerados por esses hábitos inadequados.”
Consumir medicação fora do prazo de validade pode ser nocivo à saúde. Diante de tantos problemas que elas podem trazer, devemos nos conscientizar que a data de validade deve ser sempre analisada. Ela é extremamente importante para uma vida saudável. Se todos tomarem os devidos cuidados, evitarão futuras dores de cabeça.
