Saiu pela culatra

Criador do excelente Black (PS2) não acerta a pontaria em Bodycount, para PS3 e Xbox 360

Nem sempre o tiro acerta o alvo. O game designer Stuart Black possui no currículo o espetacular Black. Na época, início de 2006, o FPS desenvolvido na Criterion Games fez os demais jogos de tiro do bom Playstation 2 ficarem obsoletos, lentos ou demasiadamente chatos. Verdade seja dita: a jogabilidade e os efeitos sonoros de Black eram realmente imbatíveis. Depois de inúmeras notícias desencontradas e boatos na internet, fãs aguardavam ansiosamente por uma sequência, uma continuação do estimado game.

Bodycount saiu no final de agosto para Xbox 360 e Playstation 3. Desenvolvido pelo Guildford Studio e distribuído pela Codemasters, o jogo foi criado por Stuart Black – que saiu da empresa antes da finalização da obra devido a desentendimentos com a equipe – e por isso é considerado o sucessor espiritual de Black. Mas se o antecessor foi um legítimo sucesso, Bodycount foi um tiro a esmo.

A trama é liderada por Jackson, um fuzileiro americano contratado pela misteriosa The Network, uma organização que resolve conflitos armados ao redor do mundo. Na parte gráfica, as cores é o fator que mais incomoda. Os cenários do jogo são muito coloridos, destoantes do clima de guerrilha. Junte a isso os ícones dos powerups e dos itens no chão e terá um verdadeiro carnaval em cena. Diferente de Crysis, Call of Duty ou Halo, há muita poluição visual na hora dos tiroteios, grande parte devido a este empilhamento de sinais na tela. A ambientação é boa, estruturas como prédios e pontes foram bem feitas, por mais que os objetos apresentem um serrilhado excessivo para a atual geração. O ponto positivo é que, assim como Black, é possível destruir a maioria do cenário e dos objetos, o que é sempre divertido.

E não é fácil acertar o tiro em Bodycount, em todos os sentidos. A mecânica de jogo é confusa, a mira é bastante errônea já na concepção do jogo. Exemplo disso é que no menu há uma opção para aumentar a precisão do tiro. Caramba, quem irá jogar tiro-em-primeira-pessoa com a precisão mínima? No caso do PS3, os botões de atirar e mirar começam invertidos – L2 e R2 respectivamente. Enquanto os demais FPS usam R1 e L1 e R1, Bodycount dá uma de engraçadinho, talvez só para ser diferente. O display de munição e life também são estranhos.

No fim das contas, o destino de Bodycount será o limbo dos jogos esquecidos, ainda mais com o lançamento próximo de arrasa-quarteirões como Battlefield 3 e Modern Warfare 3. A versão demo está disponível para download na PSN e na Xbox Live. Qualquer coisa coloque outro FPS no console – ou o próprio Black no PS2 – e aí sim, tenha um ótimo tiroteio.

BODYCOUNT[xrr rating= 2/5]Guildford Studio/Codemasters – Para PS3 e Xbox 360
– PRÓS
Tudo é destrutível
– CONTRAS
Péssima jogabilidade, tiroteios confusos

httpv://www.youtube.com/watch?v=DQOMl4NGz8Q

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