O panorama da criminalidade em Passo Fundo

Uma cidade com quase 200 mil habitantes, movimentação intensa nas principais vias e o desejo da população por mais segurança. Essas características são de Passo Fundo, no noroeste do Rio Grande do Sul, onde a violência ganha espaço no cenário atual da cidade.

O constante perigo que as pessoas enfrentam nas ruas do município pode ser traduzido pelos índices de criminalidade, registrados pelo 3º Regimento de Polícia Montada. Dados que, num comparativo entre o primeiro semestre de 2013 e 2014, demonstram poucas mudanças. Num panorama geral, nos seis primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 8,59% nos casos de roubo. Para o tenente comandante do 3º Regimento de Polícia Montada, Fernando Carlos Bicca, esta diminuição é fruto do planejamento que a Brigada Militar preparou nos últimos meses. Mas nem sempre os dados são tão otimistas.

Crimes que subiram

Entre os índices que subiram estão os casos de roubo a veículos – quando a vítima tem contato com os criminosos durante a ação. O aumento foi de 40%. Outro tipo de violação que subiu nesse primeiro período do ano foi o roubo a estabelecimentos comerciais e industriais, além de ocorrer incidentes em postos de combustíveis. Roubos esses que, mesmo em número maior comparado a 2013, não superam os assaltos às farmácias, os quais obtiveram um aumento significativo de 518,18%. No entanto, o de menor ascensão no comparativo foi a prisão de foragidos, com um caso a mais durante o primeiro semestre de 2014.

O que diminuiu?

Se os roubos a veículos aumentaram em 2014, os furtos a carros – quando a vítima não vê a presença do ladrão – diminuíram em 78%, ou seja, o crime que mais caiu desde 2013. Entre outros casos, também houve baixas nos números de receptação de veículos, roubo a transporte coletivo, furto de pedestres e estabelecimentos comerciais e industriais.

Foto: Sirlei Pazinato
Entre 2013 e 2014, os casos de roubo sofreram uma redução de 8,59%. Foto: Sirlei Pazinato/DM

Enquanto isso, outro crime temido pela população, o de apreensão a arma de fogo, também registrou uma queda de 21%, além da diminuição de prisão de foragidos. O latrocínio – roubo seguido de morte – se enquadra nos delitos pouco comuns em Passo Fundo. De acordo com o Fernando Bicca, dificilmente há ocorrências com esse tipo de crime. O tenente comandante do 3ºRPMon exalta, porém, que já viu acontecer. É esporádico, mas acontece.

Homicídios

Com base nas estatísticas da Delegacia Especializada em Homicídios da 1ª DP, em 2013 houve 40 casos de homicídios em Passo Fundo, incluindo dados do primeiro e do segundo semestre do ano. Além dos crimes realizados, 95 tentativas foram efetuadas, completando 135 investigações. Enquanto isso, nos primeiros seis meses de 2014, os dados registram uma média menor que o ano passado, com 19 violações até o mês de julho.

Concentração de delitos em determinada região

A criminalidade em Passo Fundo, numa visão geral, é homogênea, segundo Bicca. Há algumas exceções, como os roubos a farmácias e carros, mas, de acordo com o tenente comandante da BM, normalmente o perigo não se concentra em uma determinada região da cidade.

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Roubos a farmácia e carros? Onde?

Com um grande crescimento, os assaltos a farmácias foram destaque no índice de produtividade da Brigada Militar. Os pontos da cidade em que mais aconteceram roubos a farmácias foram nas avenidas mais movimentadas: a Brasil, no centro, e a Presidente Vargas, no Bairro São Cristóvão.

Já os frequentes furtos a carros se concentram na região do centro da cidade. Os principais alvos dos assaltantes são as ruas Morom, Uruguai e Paissandú, principalmente próximo a escolas e saídas de estabelecimentos de diversão. De acordo com o tenente comandante da BM, Fernando Bicca, os furtos normalmente ocorrem no turno da noite e durante a madrugada, quando há menor movimentação na cidade.

O controle do primeiro semestre num comparativo com o de 2013 mostra o que pode e deve ser priorizado daqui pra frente. Entretanto, de acordo com o tenente Bicca, a Brigada Militar só terá uma base significativa de informações para realizar esta avaliação no início de 2015, quando conseguir os dados completos de todos os meses do ano.

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