Uma das delícias do inverno: o pinhão

O outono chegou, as folhas começam a cair. O clima antes quente, dá lugar a um clima mais ameno e o frio começa a dar o ar de sua graça. Casacos, blusões de lã, cobertores, e tantos outros objetos, vão sendo retirados do armário. Tudo isto, é um sinal de que o inverno se aproxima. Junto com ele, diversas variedades de frutas, leguminosas e sementes surgem, fazendo com que a época mais fria do ano, se torne deliciosa.

A araucária, mais conhecida por pinheiro, produz uma semente que chamamos de pinhão. A árvore, originária do planalto sul-americano, é muito utilizada para obtenção de madeira para os mais diversos fins. Devido a sua utilização indiscriminada, é uma das espécies da flora brasileira ameaçada de extinção. Contudo, não é somente para isso que o pinheiro serve. Sua semente é comestível, e, nesta época do ano, serve de base para diversos pratos, além de ter diversas utilizações na medicina tradicional. O pinhão ajuda a combater a azia, anemia e a debilidade do organismo. Já sua utilização na alimentação humana, é de alto teor nutricional. A polpa é formada basicamente de amido, sendo rica em vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e proteína. O pinhão pode ser consumido cru, cozido em água ou leite, ou assados.

O inicio oficial da colheita na região foi no dia 15 de abril. O Técnico da Emater do município de Barra Funda, Arni Hoffmann, explica que, no município o consumo é muito limitado, pois as propriedades são muito pequenas, “Em nossa região, as pessoas tem o pinhão para consumo próprio, não vendem, a maioria até compra, pois não tem para consumir”. As araucárias apresentam algumas características que as diferem das outras, quanto maior a altitude, maior a presença do pinheiro brasileiro, “O solo profundo, bem como os diferentes tipos de solo e as baixas temperaturas, contribuem para a espécie se desenvolver melhor, por isso é comum vermos pinheiros nas regiões mais frias do sul do Brasil”, afirma Arni.

Foto: Cleunice Pellenz
Araucária, mais conhecida por pinheiro, produz a semente que chamamos de pinhão.

Já o Engenheiro Agrônomo da Emater/RS, Ilvandro Barreto de Melo, afirma que, nesta safra haverá escassez na produção, em função da situação climática que influenciou negativamente, principalmente a estiagem 2011/2012, “Nas árvores monitoradas a perda é de 70%, em uma forma geral, a expectativa é de que a perda seja superior a 50%”. Explica também que, em anos de grande colheita, a produção da semente atinge números significativos, “A produção comercializada no Rio Grande do Sul fica, em anos normais, ao redor de 800 toneladas, no Paraná com 4500 toneladas, e Santa Catarina ao redor de 2500 toneladas, na região são produzidos em torno de 15% da produção estadual”, finaliza Ilvandro.

As áreas de maior produção no Rio Grande do Sul estão localizadas em: São Francisco de Paula, Fontoura Xavier, Muitos Capões, Lagoa Vermelha, Caseiros e Barracão.

 

[stextbox id=”custom” caption=”Que tal uma receita a base de pinhão?”]

Branquinho de pinhão

Ingredientes:

1 lata de leite condensado

2 gemas

1 colher (sopa) margarina

1 xícara de pinhão moído

½ xícara de coco ralado

100g de coco para polvilhar

Modo de fazer:

1° cozinhar todos os ingredientes, o pinhão cozido e moído, menos os 100g de coco;

2° deixar cozinhar até começar a desgrudar da panela, retirar do fogo e deixar esfriar;

3° modelar os docinhos e polvilhar com coco.

 

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